sábado, 5 de dezembro de 2009

Cabeça e Pescoço: Um Tipo de Câncer que Pode ser Prevenido em sua Totalidade


Enquanto nos Estados Unidos o câncer está em declínio, conforme estudo do Instituto Nacional de Câncer daquele país, no Brasil a situação é preocupante, sendo considerada a segunda doença que mais mata, perdendo apenas para as cardiovasculares. Apesar desses dados, a doença, especialmente em sua fase inicial, poderá ser curada, e alguns tipos de cânceres poderão ser prevenidos em sua totalidade.

Segundo estatísticas, cerca de a 5% a 10% dos problemas de câncer estão localizados na cabeça e pescoço, onde se manifestam os cânceres de nariz, boca, garganta, faringe, pele, glândulas salvares e tireóides. Os mais freqüentes são os de boca, provocados principalmente pelo cigarro e bebidas alcoólicas, e os de pele, devido aos excessos de sol. A incidência maior dessa doença contata-se entre os homens, que são os maiores consumidores de bebida e cigarros. Já a população feminina, que embora tenha aderido, nos últimos anos, ao tabagismo e ao uso de bebidas, é menos atingida, pois de uma maneira geral as mulheres são mais cuidadosas com a higiene e a saúde.

Segundo oncologistas, a propagação do câncer se dá através do crescimento anormal e desordenado das células do corpo, formando uma massa conhecida como tumor. Ele pode ser causado por fatores externos (substâncias químicas, irradiação e vírus) e internos (hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas). Os fatores causais podem agir em conjunto ou em seqüência para iniciar ou promover o processo de carcinogênese.

Com relação ao câncer que atinge as partes da cabeça e pescoço, os mais comuns são os de pele, boca e laringe, que afetam mais a população masculina. Dados do Instituto Nacional do Câncer apontam para 7.950 novas ocorrências de câncer de boca, em 1999 no Brasil: 5.850 em homens e 2.100 em mulheres.

Já o câncer de pele deve-se em especial à exposição ao sol, sendo que a maior incidência está nas regiões mais quentes. Os principais causadores da doença na boca, faringe e laringe são tabagismo e as bebidas alcoólicas.

Estudiosos do assunto afirmam que o fumo e o álcool alteram a mucosa daqueles órgãos, além das mudanças celulares, levam à diminuição do muco e destroem os cílios que os recobrem, o que facilita o surgimento da doença.

Os tumores nas glândulas salivares são os menos numerosos do grupo e suas causas ainda são pouco conhecidas. Por outro lado, os da tireóide são mais comuns em mulheres.

Sintomas

Os primeiros sintomas manifestados por esses tipos de câncer podem ser manchas brancas na mucosa da boca; dor; inchaço ou ferida com duração superior a 15 dias (afta, que demora a cicatrizar); nódulo no pescoço presente por mais de duas semanas; mudanças na voz ou rouquidão persistente (10 a 15 dias); dificuldade para engolir; sensação de engasgo ou espinho na garganta; dores constantes no ouvido; sangramentos e/ou obstrução nasais contínuas; escarro com sangue; alterações na pele como feridas e sangramentos difíceis de cicatrizar; mudança de cor ou sangramento em verrugas.

Riscos

Como a ocorrência do câncer aumenta com a idade do indivíduo, a maioria dos casos acontece entre adultos de meia idade ou os mais velhos, mas qualquer pessoa pode ter câncer no segmento cabeça e pescoço. Os motivos mais freqüentes são o tabagismo, álcool, falta de informação e higiene, e pouco acesso aos tratamentos de saúde.

Prevenção

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, neste ano deverão ser registrados 284.205 casos novos e 113.959 óbitos por câncer em todo o país. O tabagismo é o principal fator de risco no caso de câncer de pulmão e também dos cânceres da boca, garganta, laringe e faringe.

A melhor alternativa para esses casos é a prevenção. A doença pode ser evitada com medidas simples. Não fume nem consuma bebidas alcoólicas em excesso e tome sol apenas até às 10 horas ou depois das 16 horas, usando sempre protetor solar. Prefira alimentos pobres em gordura e ricos em fibras, pois muitos cânceres que estão relacionados à dieta podem ser prevenidos. Evidências científicas sugerem que aproximadamente um terço das mortes por câncer estão relacionadas às neoplasias malignas causadas por fatores dietéticos.

Habitue-se a examinar sua boca diante do espelho à procura de caroços, aftas, manchas brancas e ferimentos que não cicatrizam. Essa última medida é indicada especialmente a indivíduos com histórico familiar de câncer e aos que fumam e /ou bebem. As pessoas consideradas fora dos grupos de risco também não estão livres, pois qualquer um pode ter alterações que levam à doença. Exames específicos, conduzidos regularmente por profissionais da saúde, podem detectar vários tipos de cânceres em estágios iniciais, quando o tratamento é mais facilmente bem sucedido.

Atualmente, tem-se observado importantes progressos na prevenção, diagnóstico e terapêutica do câncer. Quanto mais cedo a doença for identificada maior a chance de cura. O avanço da doença exige tratamentos complicados, podendo levar até a mutilações.

Tratamento

Quimioterapia/Efeitos colaterais

O tratamento propriamente dito do câncer pode ser feito pela cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, utilizadas de formas isoladas ou combinadas.

A quimioterapia tem o objetivo de destruir células tumorais e preservar as células normais, porém, a maioria das drogas quimioterápicas atua tanto nas células normais como nas malignas, criando assim o chamado efeito colateral.

Ela atua de forma intensa nas células que se proliferam rapidamente. As células da pele, a mucosa, os glóbulos vermelhos, plaquetas, glóbulos brancos, como também as células germinativas que dão origem aos espermatozóides e óvulos são exemplos, cujos efeitos colaterais da quimioterapia provém dessas células ao serem atingidas. O tratamento a base da quimioterapia provoca a queda de cabelos, aftas, diarréias, como também, pode ocorrer um maior predisposição às infecções e anemia em conseqüência da diminuição dos glóbulos vermelhos. Além disso, a pessoa está sujeita a um maior risco de sangramento devido à diminuição das plaquetas do sangue e a esterilidade devido à destruição das células germinativas.

Com o avanço de novas tecnologias na área da oncologia, os efeitos colaterais decorrentes da quimioterapia estão sendo amenizados. Hoje já é possível minimizar estes efeitos como as náuseas e vômitos por meio de medicações altamente avançadas. É possível conseguir ainda a diminuição dos riscos de infecção e anemia, através de medicamentos preventivos.

Apesar dos efeitos colaterais desaparecerem após o término do tratamento, eles podem ser muito mais intensos ou menos intensos que os efeitos da radioterapia. O resultado depende do tipo, local, intensidade e a duração do tratamento empregado. Um caso de um tumor localizado tem normalmente muito menos efeitos colaterais do que a radioterapia para um câncer de mama ou pulmão.

Diferenças

A radioterapia consiste na radiação (ionizante) por uma determinada máquina que direcionada ao tumor ou a uma determinada região atingida, tem o objetivo de destruir as células malignas. Ela também lesa as células normais, mas efeitos colaterais normalmente se restringem ao órgão, a uma determinada estrutura que será irradiada, enquanto que a quimioterapia atinge a mais órgãos. A radioterapia só é indicada para tratar apenas um local onde é direcionada a irradiação.

O uso da radioterapia pode ser em caráter paliativo quando há necessidade de amenizar a dor em alguns tipos de metástases, como as ósseas de qualquer tumor. Essas duas formas de tratamento do câncer que combinadas entre si conseguem muitas vezes curar determinados tipos de câncer que estão em fases muito avançadas. Mas, o que é importante ressaltar sempre é que a prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo o melhor tratamento para o câncer.

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